[Vida com Propósito] Dia 14 – Quando Deus PARECE DISTANTE

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São 42 capítulos, todos eles acompanhados de um vídeo do autor, e um Guia de estudos semanal para você alcançar o seu verdadeiro propósito. Uma vida com propósitos é um clássico em dezenas de idiomas que responde à grande questão da humanidade com sabedoria, graça e simplicidade.

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Ele se escondeu do seu povo, mas eu confio nele e nele ponho a minha esperança. Isaías 8.17; NTLH

Deus é real, a despeito de como você se sinta.

É fácil adorar a Deus quando as coisas vão bem — quando ele provê comida, amigos, família, saúde e situações felizes. Mas as circunstâncias não são sempre agradáveis. E como então você irá adorar a Deus? O que você faz quando Deus parece estar a milhões de quilômetros?

A mais profunda adoração é louvar a Deus a despeito da dor, dar graças durante a provação, manter a confiança nele em meio à tentação, render-se a ele durante um sofrimento e amá-lo quando ele parece distante.

Amizades são freqüentemente testadas por separação e silêncio; ou você é separado por uma distância física, ou está impossibilitado de conversar. Na sua amizade com Deus, não será sempre que você se sentirá próximo dele. Philip Yancey observou sabiamente:

“Todo relacionamento passa por períodos de proximidade e distanciamento, e, no relacionamento com Deus, por mais íntimo que seja, o pêndulo vai oscilar de um lado para o outro” [Livro Deus invisível; p.234].

É aí que a adoração fica difícil.

Para amadurecer a amizade, Deus irá testá-la com períodos de aparente separação — épocas em que se tem o sentimento de que Deus nos abandonou ou esqueceu. Tem-se a impressão de que Deus está a quilômetros de distância. João da Cruz se referiu a esses dias de seca espiritual, dúvida e distanciamento de Deus como “a noite escura da alma”. Henri Nouwen chamou-os de “o ministério da ausência”. A. W. Tozer chamou-os de “o ministério da noite”. Outros o mencionam como “o inverno do coração”.

Com exceção de Jesus, Davi foi provavelmente quem teve uma amizade mais íntima com Deus do que qualquer outra pessoa. Deus teve prazer em chamá-lo um homem segundo o meu coração [1 Samuel 13.14]. Apesar disso, Davi freqüentemente reclamava da aparente ausência de Deus:

Por que, SENHOR, tu permaneces afastado na hora do sofrimento? Por que te escondes de mim? [Salmos 10.1]

Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia? [Salmos 22.1]

Por que me rejeitaste? [Salmos 43.2]

É óbvio que Deus não abandonou realmente Davi, assim como não abandona você. Ele prometeu várias vezes: Eu jamais o abandonarei ou rejeitarei. Mas Deus não prometeu: “Você sempre sentirá a minha presença”. Aliás, Deus reconhece que algumas vezes esconde a sua face de nós.7 Existem momentos em que ele parece ter desaparecido de nossa vida sem deixar pistas.

Floyd McClung descreve o que acontece:

“Certo dia você acorda e percebe que todas as suas sensações de comunhão espiritual se foram. Você ora, mas nada acontece. Você repreende o Diabo, mas isso não muda nada. Você faz exercícios espirituais […] seus amigos oram por você […] você confessa cada pecado que consegue imaginar, e então sai por aí pedindo perdão a todos que conhece. Você jejua […] e nada ainda. Você começa a se perguntar quanto tempo essa depressão espiritual irá durar. Dias? Semanas? Meses? Será que ela vai acabar? […] você tem a impressão de que suas orações simplesmente batem no teto e voltam. Em absoluto desespero, você grita: “Qual é o meu problema?”.

A verdade é que não há nada de errado com você! Trata-se de uma parte normal da provação e amadurecimento de sua amizade com Deus. Todo cristão passa por isso ao menos uma vez, e normalmente várias vezes. É doloroso e perturbador, mas absolutamente vital para o desenvolvimento da sua fé. Ter conhecimento disso deu esperança a Jó quando não podia sentir a presença de Deus em sua vida. Ele falou:

Se vou para o Oriente, lá ele não está; se vou para o Ocidente, não o encontro. Quando ele está em ação no Norte, não o enxergo; quando vai para o Sul, nem sombra dele eu vejo! Mas ele conhece o caminho por onde ando; se me puser à prova, aparecerei como o ouro [Jó 23.8-10].

Quando Deus parece distante, você pode pensar que ele está zangado ou o está punindo por algum pecado. E na verdade o pecado realmente o desliga de uma amizade íntima com Deus. Nós entristecemos o Espírito de Deus e sufocamos nossa amizade com ele ao desobedecer, entrar em conflito com outras pessoas, nos ocupar ou ter amizade com o mundo, além de outros pecados.

Mas freqüentemente esse sentimento de abandono e afastamento de Deus não tem nenhuma relação com o pecado. É um teste de fé que todos devemos enfrentar. Será que você continuará a amar, confiar, obedecer e adorar a Deus, mesmo quando não sente a sua presença nem há evidência visível da ação divina em sua vida?

Nos dias de hoje, o erro mais comum que os cristãos comete ao adorar é buscar uma experiência em vez de buscar a Deus. Eles buscam sensações e, se elas ocorrerem, concluem que foram bem-sucedidos em adorar. Errado! Na realidade, Deus em geral afasta as nossas sensações para não dependermos delas. Buscar uma sensação — mesmo uma sensação de proximidade com Cristo — não é adoração.

Quando você é um cristão novo, Deus lhe dá muitas emoções comprobatórias e freqüentemente responde às orações mais imaturas e egoístas, tudo para que você saiba que ele existe. Mas, à medida que você crescer na fé, ele irá emancipá-lo dessa dependência.

A onipresença de Deus e a manifestação de sua presença são coisas diferentes. Uma é um fato; a outra é freqüentemente uma sensação. Deus está sempre presente, mesmo que você não perceba sua presença, e sua presença é muito profunda para ser medida por uma mera emoção.

Sim, ele quer que você sinta a sua presença, porém ele está mais interessado que você confie, e não tanto que o sinta. Fé, e não sentimentos, agrada a Deus.

As situações que mais põem à prova a sua fé são aquelas em que a vida desanda e Deus não pode ser achado. Isso aconteceu com Jó. Em um único dia, ele perdeu tudo — sua família, seus negócios, sua saúde e tudo o que possuía. E, o que é pior, ao longo de 37 capítulos, Deus não disse nada!

Como louvar a Deus quando você não compreende o que está acontecendo na sua vida e Deus está em silêncio? Como permanecer em comunhão em meio a uma crise e sem nenhum contato? Como manter os olhos em Jesus quando eles estão cheios de lágrimas? Você faz o que fez Jó:

Então prostrou-se, rosto em terra, em adoração, e disse: Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O SENHOR o deu, o SENHOR O levou; louvado seja o nome do SENHOR [Jó 1.20-121].

Diga a Deus exatamente como você se sente. Derrame seu coração perante ele. Descarregue todos os seus sentimentos. Jó fez isso quando disse:

Por isso, não posso ficar calado. Estou aflito, tenho de falar, preciso me queixar, pois o meu coração está cheio de amargura [Jó 7.11].

Quando Deus lhe pareceu distante, ele clamou:

Como tenho saudade dos dias do meu vigor, quando a amizade de Deus abençoava a minha casa [Jó 29.4].

Deus pode lidar com suas incertezas, sua raiva, seu sofrimento, sua confusão e suas indagações. Você sabia que admitir seu desespero para Deus pode ser uma declaração de fé? Confiando em Deus e sentindo desespero ao mesmo tempo, Davi escreveu:

Cri, por isso falei: Estou completamente arruinado [Salmos 116.10].

Isto parece uma contradição: confiar em Deus, mas se sentir destruído! A franqueza de Davi na verdade revela uma profunda fé. Primeiro, ele acreditava em Deus. Segundo, ele acreditava que Deus ouviria sua oração. E, terceiro, ele acreditava que Deus o deixaria dizer como se sentia, e ainda assim o amaria.

Concentre-se em quem Deus é — sua natureza imutável. Independentemente das circunstâncias e de como você se sente, apegue-se ao caráter imutável de Deus. Lembre-se daquilo que é eternamente verdadeiro a respeito de Deus: ele é bom, ele me ama, está comigo, sabe por que coisas estou passando, ele se importa e tem um bom plano para minha vida. V. Raymond Edman disse: “Nunca duvide na escuridão do que Deus lhe disse na luz”. Quando a vida de Jó se desfez e Deus permaneceu em silêncio, Jó ainda achou os seguintes motivos para louvar a Deus:

  • ele é bom e amoroso [Jó 10.12];
  • ele é todo-poderoso [Jó 37.5];
  • ele repara em cada detalhe da minha vida [Jó 23.10];
  • ele está no controle [Jó 23.10];
  • ele tem um plano para minha vida [Jó 23.14];
  • ele vai me salvar [Jó 19.25].

Confie que Deus cumprirá as promessas. Em tempos de seca espiritual, você deve confiar pacientemente nas promessas de Deus, e não nas emoções. Deve perceber que ele o está levando a um nível mais profundo de maturidade. Uma amizade baseada em emoções é na verdade frívola.

Então, não fique preocupado com os problemas. As circunstâncias não podem mudar o caráter de Deus. A graça de Deus ainda está a plena força; ele ainda é a seu favor, mesmo que você não possa senti-lo. Na ausência de circunstâncias confirmativas, Jó se apegou à Palavra de Deus. Ele disse:

Não me afastei dos mandamentos dos seus lábios; dei mais valor às palavras de sua boca do que ao meu pão de cada dia [Jó 23.12].

Essa confiança na palavra de Deus fez que Jó permanecesse fiel, ainda que nada fizesse sentido. Sua fé foi forte em meio à dor:

Embora ele me mate, ainda assim esperarei nele [Jó 13.15].

Quando você se sente abandonado por Deus e mesmo assim mantém sua confiança nele, a despeito de seus sentimentos, você o está adorando da forma mais profunda.

Lembre-se do que Deus já fez por você. Se Deus nunca tivesse feito nada mais por você, ele ainda mereceria seu louvor ininterrupto pelo resto de sua vida, por causa do que Jesus fez por você na cruz. O Filho de Deus morreu por você! Este é o maior de todos os motivos para adorar.

Infelizmente, esquecemos os detalhes cruéis do torturante sacrifício que Deus fez a nosso favor. A familiaridade traz a complacência. Mesmo antes de sua crucificação, o Filho de Deus foi desnudado, espancado até ficar quase irreconhecível, açoitado, ridicularizado e escarnecido, coroado com espinhos e cuspido de forma humilhante. Ultrajado e ridicularizado por homens desalmados, ele foi tratado pior do que um animal.

Então, quase inconsciente pela perda de sangue, ele foi forçado a arrastar uma cruz colina acima, foi pregado nela e deixado para morrer com a lenta e excruciante tortura da morte por crucificação. Enquanto seu sangue escorria, escarnecedores ficavam ao seu redor e gritavam insultos, desafiando sua afirmação de que era Deus.

Em seguida, como Jesus assumiu em si mesmo a culpa pelos pecados de toda a humanidade, Deus desviou os olhos daquela horrível visão, e Jesus gritou em total desespero: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”. Jesus poderia ter se salvado — mas então não poderia salvar você.

Palavras não podem descrever as trevas daquele momento. Por que Deus permitiu e suportou tão medonho e perverso ato de crueldade? Por quê? Para que você pudesse ser poupado da eternidade no inferno e para que você pudesse partilhar de sua glória para sempre! A Bíblia diz:

Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus [2 Coríntios 5.21].

Jesus desistiu de todas as coisas para que você pudesse ter todas as coisas. Ele morreu para que você pudesse viver para sempre. Somente isso já vale seu agradecimento e louvor contínuo. Você nunca mais deveria se perguntar por que motivo deveria ser grato.

♥Apóie-nos!♥

DIA 14

PENSANDO SOBRE MEU PROPÓSITO

Um tema para reflexão: Deus é real, a despeito de como você se sente.

Um versículo para memorizar: Deus mesmo disse: Nunca os deixarei e jamais os abandonarei (Hebreus 13.5; NTLH).

Uma pergunta para meditar: Como me concentrar na presença de Deus, especialmente quando ele parece distante?

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[Vida com Propósito] Dia 13 – A adoração que agrada a Deus

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São 42 capítulos, todos eles acompanhados de um vídeo do autor, e um Guia de estudos semanal para você alcançar o seu verdadeiro propósito. Uma vida com propósitos é um clássico em dezenas de idiomas que responde à grande questão da humanidade com sabedoria, graça e simplicidade.

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Ame o SENHOR, O seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. Marcos 12.30; NVI

Deus quer você por inteiro.

Deus não quer apenas uma parte de sua vida. Ele pede todo o seu coração, toda a sua alma, toda a sua mente e toda a sua força. Deus não está interessado em um comprometimento tímido, em uma obediência parcial ou em sobras de seu tempo e dinheiro. Ele deseja sua total devoção, e não pequenos pedaços de sua vida.

Uma mulher samaritana certa vez tentou ponderar com Jesus sobre o melhor momento, lugar e forma de adorar. Jesus respondeu que essas questões externas não tinham importância. Onde você adora não é tão importante quanto por que você adora e o quanto de si mesmo você oferece a Deus quando adora. Existe a forma certa e a forma errada de adorar. A Bíblia diz:

Sejamos agradecidos, e adoremos a Deus de um modo que o agrade [Hebreus 12.28].

O tipo de adoração que agrada a Deus tem quatro características.

Deus se agrada quando nossa adoração é precisa. As pessoas freqüentemente dizem “Eu gosto de pensar em Deus como…”, e então contam sobre que tipo de Deus gostariam de adorar. Mas nós não podemos apenas criar nossa própria imagem de Deus, confortável e politicamente correta, e adorá-la. Isso é idolatria. A adoração deve ser baseada na verdade das Escrituras, e não em nossas opiniões a respeito de Deus. Jesus disse à mulher samaritana: Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura [João 4.23]. “Adorar em verdade” significa adorar a Deus tal como ele é verdadeiramente revelado na Bíblia.

Deus se agrada quando nossa adoração é autêntica. Quando Jesus disse que você deveria “adorar em espírito”, ele não estava se referindo ao Espírito Santo, mas ao seu espírito. Feito à imagem de Deus, você é um espírito que habita em um corpo, e Deus concebeu esse espírito para que se comunicasse com ele. Adoração é seu espírito correspondendo ao Espírito de Deus.

Quando Jesus disse “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma“, ele queria dizer que a adoração deveria ser genuína e sincera. Não é apenas uma questão de utilizar as palavras corretas; você deve querer dizer o que diz. O louvor sem sentimentos não é em absoluto louvor! Não vale nada e é um insulto a Deus.

Quando adoramos, Deus olha para além de nossas palavras para ver a postura de nossos corações. A Bíblia diz:

O homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração [1 Samuel 16.7].

Visto que adoração envolve regozijar-se em Deus, ela mobiliza as emoções. Deus lhe deu emoções para que você pudesse adorá-lo com intensidade — mas essas emoções devem ser genuínas, não fingidas. Deus odeia a hipocrisia. Ele não quer exibicionismo, fingimento ou falsidade na adoração. Ele deseja o seu amor sincero e verdadeiro. Podemos adorar a Deus de modo imperfeito, mas não podemos adorá-lo sem sinceridade.

Logicamente, só a sinceridade não é suficiente, você pode estar sinceramente errado. É por isso que tanto o espírito como a verdade são necessários. A adoração deve ser precisa e autêntica. A adoração agradável a Deus é profundamente emocional e profundamente doutrinária; usamos tanto o coração quanto a cabeça.

Hoje em dia, muitas pessoas comparam estar comovido com uma música a ter sido tocado pelo Espírito Santo, mas não é a mesma coisa. A verdadeira adoração acontece quando seu espírito responde a Deus, e não a alguma melodia musical. Na verdade, algumas canções introspectivas e sentimentais impedem a adoração, pois retiram a evidência de Deus e a transferem para nossos sentimentos. Sua maior distração na adoração é você mesmo — seus interesses e preocupações com o que os outros pensam a seu respeito.

Os cristãos discordam amiúde sobre a forma mais apropriada ou genuína de louvar a Deus, mas essas discussões normalmente refletem apenas as diferenças de formação e personalidade. Muitas formas de louvor são mencionadas na Bíblia, entre elas, confessar, cantar, postar-se em honra, ajoelhar-se, dançar, fazer ruídos de alegria, testificar, tocar instrumentos musicais e erguer as mãos. O melhor estilo de adoração é aquele que mais genuinamente representa o seu amor por Deus, baseado na formação e na personalidade que ele lhe deu.

Meu amigo Gary Thomas reparou que muitos cristãos parecem estar emperrados em uma via de adoração, em uma rotina insatisfatória, em vez de terem uma empolgada amizade com Deus. Eles se obrigam a utilizar métodos devocionais ou estilos de adoração que não se adaptam à forma exclusiva que Deus lhes deu.

Gary refletiu consigo mesmo: Se Deus propositadamente nos fez a todos diferentes, por que deveríamos todos amar a Deus da mesma forma?Lendo obras cristãs clássicas e entrevistando crentes maduros, Gary descobriu que os cristãos têm utilizado caminhos variados há dois mil anos para desfrutar de intimidade com Deus. Esses caminhos passam por estar ao ar livre, estudar, cantar, ler, dançar, criar obras de arte, servir as outras pessoas, ser solidário, desfrutar da comunhão e participar em dezenas de outras atividades.

Em seu livro Sacred pathways [Caminhos sagrados], Gary identifica nove maneiras pelas quais as pessoas se aproximam de Deus: os naturalistas, que são mais motivados a amar a Deus ao ar livre, em ambientes naturais. Os sensitivos, que amam a Deus com os seus sentidos e apreciam belos cultos de adoração que envolvam o aspecto visual, paladar, aroma e toque, não apenas sua audição. Os tradicionalistas, que se aproximam de Deus por meio de rituais, liturgias, símbolos e estruturas rígidas. Os ascetas, que preferem amar a Deus em solidão e simplicidade. Os ativistas, que amam a Deus pelo confronto com o mal, combatendo a injustiça e trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor. Os caridosos, que amam a Deus amando os outros e suprindo suas necessidades. Os entusiastas, que amam a Deus com festas. Os contemplativos, que amam a Deus por meio da adoração. E os intelectuais, que amam a Deus ao estudá-lo com a mente.

Não há uma abordagem “tamanho único” para adorar e desenvolver amizade com Deus. Uma coisa é certa: você não glorifica a Deus tentando ser alguém que ele nunca quis que você fosse. Deus quer que você seja você mesmo. Este é o tipo de pessoa que o Pai está buscando: os que são simples e honestos consigo mesmos perante ele em sua adoração [João 4.23].

Deus se agrada quando nossa adoração é atenta. A ordem de Jesus “Amem a Deus de toda a sua mente” é repetida quatro vezes no Novo Testamento. Deus não se agrada do cântico descuidado, preces mecânicas com frases feitas ou exclamações desatentas de “Louvado seja o Senhor”, porque não podemos pensar em nada melhor para dizer no momento. Se a adoração for mecânica, não significará nada. Você deve envolver a sua mente.

Jesus chamou as orações desatentas de vãs repetições [Mateus 6.7]. Até mesmo termos bíblicos podem se tornar expressões banalizadas pelo uso exagerado, e então deixamos de pensar no significado. É tão mais fácil utilizar chavões ao adorar, em vez de fazer um esforço para honrar a Deus com palavras originais. É por isso que eu o encorajo a ler diferentes traduções e paráfrases da Bíblia. Isso ampliará suas expressões de adoração.

Tente louvar a Deus sem utilizar as palavras “louvor”, “aleluia”, “obrigado” ou “amém”. Em vez de dizer: “Eu só quero louvá-lo”, faça uma lista de sinônimos e use palavras novas como “admirar”, “respeitar”, “valorizar”, “venerar”, “honrar” e “apreciar”.

Além disso, seja especifico. Se alguém o abordasse e repetisse dez vezes “Eu te louvo!”, você provavelmente pensaria: Por que motivo? Você iria preferir ouvir dois elogios específicos do que vinte generalidades imprecisas; e Deus também.

Outra idéia é fazer uma lista dos diferentes nomes de Deus e concentrar-se neles. Os nomes de Deus não são casuais; eles nos contam sobre diferentes aspectos de seu caráter. No Antigo Testamento, Deus se revelou paulatinamente a Israel ao ir apresentando novos nomes para si mesmo, e ele nos orienta a louvar o seu nome.

Deus também quer que nossas reuniões com a congregação sejam cuidadosas. Paulo dedica a isso todo um capítulo em l Coríntios 14, e finaliza: Mas tudo deve ser feito com decência e ordem [1 Coríntios 14.40].

A esse respeito, Deus insiste em que nossos cultos sejam compreensíveis aos não crentes quando eles estiverem presentes em nossas reuniões de adoração. Paulo observou:

Se você estiver louvando a Deus em espírito, como poderá aquele que está entre os não instruídos dizer o Amém à sua ação de graças, visto que não sabe o que você está dizendo? Pode ser que você esteja dando graças muito bem, mas o outro não é edificado [1 Coríntios 14.16-17].

Ser sensível ao tratar com não-crentes que visitam o culto é uma ordem bíblica. Desprezar essa ordem é tanto desobediência quanto crueldade.

Deus se agrada quando nossa adoração é prática. A Bíblia diz:

… se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês [Romanos 12.1].

Por que Deus quer o seu corpo? Por que ele não diz: “Apresentai os vossos espíritos”? Porque sem o corpo você não pode fazer nada neste planeta. Na eternidade você irá receber um corpo novo, melhorado e aprimorado; mas enquanto você está aqui na terra, Deus diz: “Dê-me o que você tem!”. Ele está apenas sendo prático a respeito da adoração.

Você já ouviu pessoas dizerem: “Não poderei estar na reunião desta noite, mas estarei com você em espírito”. Você sabe o que isso significa? Nada. Isso é inútil! Enquanto você estiver na terra, seu espírito só poderá estar onde seu corpo estiver. Se seu corpo não está lá, você também não está.

Na adoração, devemos “oferecer nossos corpos como sacrifício vivo”. Agora, nós normalmente associamos o conceito de “sacrifício” com algo morto, mas Deus quer que você seja um sacrifício vivo. Ele quer que você viva por ele! Entretanto, o problema com o sacrifício vivo é que ele pode escapulir do altar, o que muitas vezes acontece. Nós cantamos Firmes, ó soldados, crentes em Jesus no domingo, e na segunda batemos em retirada.

No Antigo Testamento, Deus se agradou dos muitos sacrifícios de adoração, porque eles profetizavam o sacrifício de Jesus por nós na cruz. Hoje em dia, Deus se agrada de sacrifícios de adoração diferentes: ação de graças, louvor, humildade, arrependimento, oferta de dinheiro, oração, serviço aos outros e ajuda aos necessitados.

A verdadeira adoração implica um custo. Davi sabia disso quando disse:

Eu não vou oferecer ao SENHOR, meu Deus, sacrifícios que não me custaram nada [2 Samuel 24.24].

Um dos custos que a adoração tem para nós é o egocentrismo. Você não pode louvar a Deus e a si mesmo ao mesmo tempo. Você não adora para ser visto pelos outros ou para agradar a si mesmo. Você deliberadamente retira a atenção de si mesmo.

Quando Jesus disse “Ame a Deus com todas as suas forças“, ele chamava a atenção para o fato de que adorar exige esforço e energia. Nem sempre é conveniente ou confortável, e algumas vezes a adoração é um mero ato de força de vontade — um sacrifício voluntário. Adoração passiva é um paradoxo.

Quando você louva a Deus, mesmo sem vontade, quando sai de sua cama para adorá-lo estando cansado ou quando você ajuda os outros estando esgotado, você está oferecendo um sacrifício de adoração a Deus. Isso agrada a Deus.

Matt Redman, líder de adoração na Inglaterra, conta como o seu pastor ensinou à igreja o verdadeiro significado da adoração. Para mostrar que adoração é mais do que música, ele proibiu todos os cânticos por um período de tempo, até que eles aprenderam a adorar de outras maneiras. Ao fim daquele período, Matt escreveu a clássica canção Heart of worship [Coração da adoração]:

Trarei a ti mais que uma canção, porque a canção em si não é o que exigiste. Sondas meu interior, muito além das aparências. Estás olhando dentro do meu coração.

O xis ou coração da questão é uma questão de coração.

♥Apóie-nos!♥

DIA 13

PENSANDO SOBRE MEU PROPÓSITO

Um tema para reflexão: Deus me quer por inteiro.

Um versículo para memorizar: Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas (Marcos 12.33; NVI).

Uma pergunta para meditar: O que agrada mais a Deus neste momento: minha adoração pública ou minha adoração particular? O que farei a respeito disso?

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[Vida com propósito] Dia 12 – Desenvolvendo a amizade com Deus

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São 42 capítulos, todos eles acompanhados de um vídeo do autor, e um Guia de estudos semanal para você alcançar o seu verdadeiro propósito. Uma vida com propósitos é um clássico em dezenas de idiomas que responde à grande questão da humanidade com sabedoria, graça e simplicidade.

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Ele oferece a sua amizade ao justo. Provérbios 3.32; NLT Aproximem-se de Deus, e ele se aproximam de vocês! Tiago 4.8; NLT

Você está tão perto de Deus quanto escolher estar.

A exemplo de qualquer amizade, você deve se esforçar para desenvolver sua amizade com Deus. Isso não acontecerá por acidente. É necessário querer, ter tempo e energia. Se você deseja um vínculo mais profundo e íntimo com Deus, deve aprender a partilhar de forma honesta com ele os seus sentimentos, ter confiança quando ele lhe pedir para fazer algo, aprender a se importar com aquilo com que ele se importa e desejar sua amizade mais do que qualquer outra coisa.

Devo optar por ser sincero com Deus. O primeiro elemento fundamental de uma amizade mais profunda com Deus é ser absolutamente sincero — a respeito de suas falhas e sentimentos. Deus não espera que você seja perfeito, mas insiste em que você seja absolutamente sincero. Nenhum dos amigos de Deus que aparecem na Bíblia era perfeito. Se a perfeição fosse um requisito para a amizade com Deus, jamais poderíamos ser seus amigos. Felizmente, em virtude da graça de Deus, Jesus ainda é amigo de […] pecadores [Mateus 11.19].

Na Bíblia, os amigos de Deus foram sinceros sobre seus sentimentos; freqüentemente reclamando, criticando, acusando e discutindo com seu Criador. Deus, entretanto, não parecia se aborrecer com sua franqueza; na verdade, ele a incentivava.

Deus permitiu que Abraão o questionasse e desafiasse a respeito da destruição de Sodoma. Abraão importunou a Deus sobre o que seria necessário para poupar a cidade, negociando desde cinqüenta até somente dez pessoas justas.

Deus também escutou pacientemente a Davi, as muitas acusações de injustiça, traição e abandono. Deus não destruiu Jeremias quando ele reclamou que Deus o havia enganado. Jó pôde expressar sua amargura durante a provação, e no final Deus defendeu Jó por ser sincero e repreendeu os amigos de Jó por serem falsos. Deus lhes disse:

Vocês não foram sinceros comigo ou a meu respeito; não da forma em que foi meu amigo Jó […] Meu amigo Jó agora orará por vocês e eu aceitarei sua oração [Jó 42.7-8].

Em um estupendo exemplo de amizade sincera [Ex 33.1-17], Deus expressou com sinceridade sua absoluta repugnância pela desobediência de Israel. Ele disse a Moisés que manteria a promessa de dar aos israelitas a Terra Prometida, mas não daria mais nem um passo com eles no deserto! Deus estava saturado, e disse a Moisés exatamente como se sentia.

Moisés, falando como um “amigo” de Deus, respondeu de forma igualmente sincera:

Tu me ordenaste: “Conduza este povo”, mas não me permites saber quem enviarás comigo. […] Se me vês com agrado, revela-me os teus propósitos […] Lembra- te de que esta nação é o teu povo […] Se não fores conosco, não nos envies. Como se saberá que eu e o teu povo podemos contar com o teu favor, se não nos acompanhares? […] O SENHOR disse a Moisés: “Farei o que me pede, porque tenho me agradado de você e o conheço pelo nome” [Ex 33.12-17].

Deus pode lidar com esse tipo de franqueza a toda prova da parte de você? Sem dúvida! A verdadeira amizade é edificada sobre a transparência. O que poderia parecer audácia, Deus vê como autenticidade. Deus escuta as palavras exaltadas de seus amigos; ele se aborrece com as frases feitas, religiosas e previsíveis. Para ser amigo de Deus, você deve ser sincero com ele e dividir seus verdadeiros sentimentos, e não o que você pensa que deveria sentir ou dizer.

É provável que você precise confessar alguma raiva ou ressentimento escondido em relação a Deus em certas áreas de sua vida, nas quais você se sentiu enganado ou decepcionado. Até que tenhamos amadurecido o suficiente para compreender que Deus usa todas as coisas para o nosso bem, abrigamos ressentimentos em relação a Deus por causa de nossa aparência, formação, orações não-respondidas, mágoas do passado e outras coisas que mudaríamos se fôssemos Deus. As pessoas freqüentemente culpam a Deus por mágoas provocadas por outras pessoas. Isso cria o que William Backus chama de “seus problemas ocultos com Deus”.

A amargura é a maior de todas as barreiras para a amizade com Deus: “Por que eu iria querer ser amigo de Deus, se ele permitiu isto?”. O antídoto, é claro, é atinar que Deus sempre age no seu melhor interesse; mesmo quando é doloroso e você não compreende. Mas liberar-se de seus ressentimentos e revelar seus sentimentos é o primeiro passo para a cura. Do mesmo modo que tantas pessoas na Bíblia, diga a Deus exatamente como você se sente.

Para nos instruir na honestidade sincera, Deus nos deu o livro de Salmos — um manual de adoração, cheio de discursos descontrolados, delírios, dúvidas, medos, ressentimentos e sofrimentos intensos combinados com ação de graças, louvores e declarações de fé. Todas as emoções possíveis estão catalogadas no livro de Salmos. Quando você lê as confissões emocionadas de Davi e de outros, percebe que é assim que Deus quer que você o adore — sem reter absolutamente nada do que sente. Você pode orar como Davi:

Derramo diante dele as minhas queixas e conto-lhe todos os meus aborrecimentos. Estou totalmente abatido [Salmos 142.2-3].

É animador saber que todos os amigos íntimos de Deus — Moisés, Davi, Abraão, Jó e outros — tiveram acessos de dúvidas. Mas, em vez de mascarar seus receios com frases feitas, eles os expressaram sincera, aberta e publicamente. Exprimir as dúvidas às vezes é o primeiro passo em direção ao próximo nível de intimidade com Deus.

Devo optar por obedecer a Deus na fé. Todas as vezes que você confia na sabedoria de Deus e faz tudo o que ele diz, mesmo sem compreender, você aprofunda sua amizade com ele. Normalmente, não consideramos a obediência como característica da amizade; ela é reservada para o relacionamento com pai, chefe ou oficial superior; não um amigo. Entretanto, Jesus deixou claro que a obediência é uma condição para obter intimidade com Deus. Ele disse:

Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno [João 15.14].

No último capítulo, assinalei que a palavra usada por Jesus quando nos chamou de “amigos” poderia se referir a “amigos do rei” em uma corte. Embora esses companheiros íntimos tivessem privilégios especiais, eles ainda estavam sujeitos ao rei e tinham de obedecer as suas ordens. Somos amigos de Deus, mas não somos seus iguais. Ele é o nosso amado líder, e nós o seguimos.

Obedecemos a Deus, não por obrigação, medo ou imposição, mas porque o amamos e confiamos que ele sabe o que é melhor para nós. Queremos seguir a Cristo em virtude da gratidão que sentimos por tudo que ele nos fez, e quanto mais de perto nós o seguimos, mais intensa a nossa amizade se torna.

Os incrédulos normalmente pensam que os cristãos obedecem por obrigação, culpa ou medo de ser punidos, mas o oposto é que é verdadeiro. Por termos sido perdoados e libertos, obedecemos por amor — e nossa obediência nos traz grande alegria! Jesus disse:

Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa [João 15.9-11]

Repare: Jesus espera que façamos somente o que ele fez com o Pai. Seu relacionamento com o Pai é o modelo para nosso relacionamento com ele. Jesus fez tudo que o Pai pediu que ele fizesse graças ao amor.

A verdadeira amizade não é indolente; ela age. Quando Jesus nos pede que amemos os outros, ajudemos os necessitados, dividamos nossos recursos, conservemos nossa vida limpa, perdoemos e levemos outros a ele, o amor nos estimula a obedecer imediatamente.

Somos freqüentemente desafiados a fazer “grandes coisas” para Deus. Na realidade, Deus fica mais satisfeito quando fazemos pequenas coisas para ele por amor. Elas podem passar despercebidas de outras pessoas, mas Deus as observa e as considera atos de adoração.

Grandes oportunidades podem acontecer uma única vez durante toda a vida, mas pequenas oportunidades nos cercam todos os dias. Mesmo por um simples ato, como dizer a verdade, ser gentil e animar os outros, trazemos um sorriso à face de Deus. Deus guarda simples atos de obediência com se fosse um tesouro, mais do que orações, louvores ou ofertas. A Bíblia diz:

O que agrada mais ao SENHOR: holocaustos e sacrifícios ou obediência à sua voz? É melhor obedecer do que sacrificar [1 Samuel 15.22].

Jesus iniciou seu ministério público com a idade de trinta anos, ao ser batizado por João. Naquele momento, Deus falou do céu:

Este é o meu Filho amado, e estou plenamente satisfeito com ele [Mateus 3.17].

O que Jesus vinha fazendo durante trinta anos, que agradava tanto a Deus? A Bíblia não diz nada sobre esses anos desconhecidos, com exceção de uma única frase em Lucas 2.51: Então foi com eles para Nazaré, e era-Ihes obediente. Trinta anos agradando a Deus foram resumidos em três palavras: era-Ihes obediente!

Devo optar por valorizar o que Deus valoriza. É isso que os amigos fazem — importam-se com o que é importante para a outra pessoa. Quanto mais você se torna amigo de Deus, mais se importa com as coisas com as quais ele se importa, sofre com as coisas por que ele sofre e se alegra com as coisas que lhe dão prazer.

Paulo é o melhor exemplo disso. As prioridades de Deus eram as suas prioridades, e os desejos de Deus eram seus:

O que me deixa tão transtornado é preocupar-me tanto com vocês — esse é o zelo de Deus que queima dentro de mim [2 Coríntios 11.2]!

Davi se sentia da mesma forma:

O zelo pela tua casa me consome, e os insultos daqueles que te insultam caem sobre mim [Salmos 69.9].

O que importa mais para Deus? A redenção de seu povo. Ele quer que todos os seus filhos perdidos sejam achados! Esse é o único motivo pelo qual Jesus veio à terra. A coisa mais preciosa ao coração de Deus é a morte de seu Filho. A segunda coisa mais preciosa é quando seus filhos comunicam essas novas a outras pessoas. Para ser amigo de Deus, você deve se interessar por todas as pessoas ao seu redor, com as quais Deus se importa. Amigos de Deus contam aos seus amigos a respeito de Deus.

Mais do que qualquer outra coisa, devo desejar ser amigo de Deus. Os salmos estão cheios de exemplos desse desejo. Davi, acima de tudo, desejou apaixonadamente conhecer a Deus; ele usou palavras como “anelo”, “anseio”, “sede”, “fome”. Ele almejava a Deus. Ele disse:

Há uma coisa que realmente desejo do Senhor; o privilégio de viver durante toda a minha vida na sua presença, para descobrir a cada dia um pouco mais da sua perfeição e amor [Salmos 27.4].

Em outro salmo, ele disse:

O teu amor é melhor do que a vida [Salmos 63.3].

O desejo de Jacó pelas bênçãos de Deus na sua vida era tão intenso que ele lutou durante toda a noite com Deus, dizendo:

Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes [Gênesis 32.26].

A parte mais maravilhosa dessa história é que Deus, que é todo-poderoso, deixou Jacó vencer! Deus não fica ofendido quando “lutamos” com ele, porque lutar exige contato pessoal e nos traz para perto dele! Lutar também é uma atitude apaixonada, e Deus gosta quando estamos apaixonados por ele.

Paulo foi outro homem apaixonado por sua amizade com Deus. Nada era mais importante; era a sua primeira prioridade, objeto de sua total concentração e o mais importante objetivo de sua vida. Esse é o motivo pelo qual Deus usou Paulo de forma tão grandiosa. A versão bíblica The Amplified Bible [A Bíblia Ampliada] exprime a força total da paixão de Paulo:

Meu firme propósito é que eu possa conhecê-lo — e que eu possa conhecê-lo cada vez mais profunda e intimamente, percebendo, reconhecendo e compreendendo as maravilhas de sua pessoa com mais clareza e intensidade [Filipenses 3.10].

A verdade é: você está tão perto de Deus quanto escolhe estar. Amizade íntima com Deus é uma escolha, não um fato fortuito; você deve buscá-la intencionalmente. Você realmente a quer — mais do que qualquer coisa? Qual a importância disso para você? Vale a pena desistir de outras coisas por causa dela? Ela vale o esforço de desenvolver os hábitos e habilidades necessários?

Você pode ter sido apaixonado por Deus no passado, mas perdeu aquele desejo. Esse foi o problema dos cristãos de Laodicéia -— haviam perdido o primeiro amor. Faziam todas as coisas corretamente, mas por obrigação, e não por amor. Se você estiver passando por abalos espirituais, não se surpreenda quando Deus permitir sofrimento na sua vida.

O sofrimento é o combustível da paixão — ele nos dá energia com tal intensidade que transforma o que normalmente não possuímos. C. S. Lewis disse:

“O sofrimento é o megafone de Deus”.(Livro “O Problema do sofrimento” p.106)

É a forma de Deus nos sacudir da letargia espiritual. Os nossos problemas não são uma punição; são chamadas de despertamento de um Deus amoroso. Deus não está louco com você, ele está louco por você, e fará o que for necessário para trazê-lo de volta à comunhão com ele. Mas há uma forma mais fácil de reacender a paixão por Deus. Comece a pedir que ele lhe dê essa paixão e continue pedindo até que você a tenha. Faça esta oração ao longo do seu dia: “Querido Jesus, mais do qualquer outra coisa, quero conhecê-lo intimamente”. Deus disse aos cativos na Babilônia:

Se vocês seriamente me buscarem e me quiserem mais que a todas as coisas, garanto que não ficarão desapontados [Jeremias 29.13].

Seu relacionamento mais importante

Não há nada — absolutamente nada — mais importante do que desenvolver uma amizade com Deus. Esse é o relacionamento que durará para sempre. Paulo disse a Timóteo:

Algumas destas pessoas perderam a coisa mais importante da vida — elas não conhecem a Deus [1 Timóteo 6.21].

Você perdeu a coisa mais importante da vida? Você pode fazer algo a respeito disso a partir de agora. Lembre-se: a escolha é sua. Você está tão perto de Deus quanto escolheu estar.

♥Apóie-nos!♥

DIA 12

PENSANDO SOBRE MEU PROPÓSITO

Um tema para reflexão: Estou tão perto de Deus quanto escolhi estar.

Um versículo para memorizar: Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês (Tiago 4.8; NLT).

Uma pergunta para meditar: Quais escolhas práticas eu farei hoje para me aproximar mais de Deus?

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[Vida com Propósito] Dia 11 – Tornando-se amigo de Deus

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São 42 capítulos, todos eles acompanhados de um vídeo do autor, e um Guia de estudos semanal para você alcançar o seu verdadeiro propósito. Uma vida com propósitos é um clássico em dezenas de idiomas que responde à grande questão da humanidade com sabedoria, graça e simplicidade.

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Como tivemos restaurada a nossa amizade com Deus pela morte de seu Filho, enquanto éramos seus inimigos, certamente seremos libertos da punição eterna por meio de sua vida. Romanos 5.10; NLT

Deus quer ser o seu melhor amigo.

O seu relacionamento com Deus tem muitos e variados aspectos: Deus é seu Autor e Criador, Senhor e Mestre, Juiz, Redentor, Pai, Salvador e muito mais. Porém, a mais espantosa verdade é esta: o Deus todo poderoso anseia ser seu amigo!

No Éden, vemos o relacionamento ideal de Deus para conosco. Adão e Eva desfrutavam de uma amizade íntima com Deus. Não existiam rituais, cerimônias ou religião — apenas um simples e carinhoso relacionamento entre Deus e as pessoas que ele criou. Livres de culpas ou medos, Adão e Eva desfrutavam de Deus, e Deus desfrutava deles.

Fomos feitos para viver continuamente na presença de Deus, mas após a queda do homem aquele relacionamento ideal foi perdido. Somente umas poucas pessoas no Antigo Testamento tiveram o privilégio de uma amizade com Deus. Moisés e Abraão foram chamados “amigos de Deus”, Davi foi chamado “um homem segundo o coração de Deus”, e Jó, Enoque e Noé eram amigos íntimos de Deus. Entretanto, medo de Deus, e não amizade, eram mais comuns no Antigo Testamento.

Então Jesus mudou a situação. Quando pagou nossos pecados na cruz, o véu do Templo, que simbolizava nossa separação de Deus, foi rasgado de cima para baixo; indicando que o acesso direto a Deus estava novamente disponível.

Ao contrário dos sacerdotes do Antigo Testamento, que tinham de passar horas se preparando para encontrá-lo, atualmente podemos chegar a Deus a qualquer instante. A Bíblia diz:

Podemos agora exultar em nosso maravilhoso novo relacionamento com Deus — tudo por causa do que nosso Senhor Jesus Cristo fez por nós, tornando-nos amigos de Deus [Romanos 5.11]

Ter amizade com Deus só é possível por causa da graça de Deus e do sacrifício de Jesus. Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele [2 Coríntios 5.18]. Um antigo hino diz “Quão bondoso amigo é Cristo”, mas na verdade Deus nos convida a desfrutar da amizade e da companhia das três pessoas da Trindade: nosso Pai [1 João 1.3], o Filho [1 Coríntios 1.9] e o Espírito Santo [2 Coríntios 13.14].

Jesus disse:

Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que O seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido [João 15.15].

A palavra utilizada para “amigo” nesse versículo não significa uma relação superficial, mas um relacionamento íntimo e de confiança. A mesma palavra é usada para se referir ao padrinho de casamento [João 3.29] e ao círculo de amigos íntimos e de confiança de um rei. Em uma corte real, os servos devem manter distância do rei, mas o círculo de amigos de confiança desfruta de proximidade, acesso direto e informações confidenciais.

Que Deus me queira como amigo íntimo é difícil entender, mas a Bíblia diz:

… que […] zela ardentemente pelo relacionamento com vocês [Êxodo 34.14].

Deus deseja muito mesmo que o conheçamos profundamente. Na verdade, ele planejou o universo e orquestrou a história, incluindo os detalhes de nossa vida, para que nos tornássemos seus amigos. A Bíblia diz:

Deus criou toda a raça humana e criou a terra habitável, com fartura de tempo e de espaço, a fim de que pudéssemos buscar a Deus; não só ficar como que apalpando no escuro, mas realmente o encontrar [Atos 17.26-27].

Conhecer e amar a Deus é nosso maior privilégio, e sermos conhecidos e amados é o maior prazer de Deus. Ele diz:

Se alguém quiser se orgulhar, que se orgulhe de me conhecer e de me entender […] Estas são as coisas que me agradam [Jeremias 9.24].

É difícil imaginar uma amizade íntima entre um Deus perfeito, invisível e onipotente e um ser humano limitado e pecador. Não é tão difícil compreender um relacionamento de Mestre para servo, Criador para criatura ou mesmo de Pai para filho; mas o que quer dizer o fato de Deus me querer como amigo? Olhando a vida dos amigos de Deus na Bíblia, aprendemos seis gredos para uma amizade com Deus. Faremos um exame de dois segredos neste capítulo e de mais quatro no próximo.

Tornando-se amigo de Deus conversando constantemente.

Você jamais cultivará um relacionamento íntimo com Deus apenas indo à igreja uma vez por semana ou mesmo tendo um período de busca diária. Uma amizade com Deus é construída ao partilharmos com ele todas as nossas experiências.

É lógico que é importante estabelecer o hábito de um momento diário consagrado a Deus, mas ele quer mais que um compromisso na sua agenda. Ele quer ser incluído em todas as atividades, todas as conversas, todos os problemas e até mesmo em todos os pensamentos. Você pode manter uma conversa contínua e ilimitada com ele ao longo do dia, conversando sobre o que quer que você esteja fazendo ou pensando no momento. Orem continuamente [1 Ts 5.17] significa conversar com Deus enquanto faço compras, trabalho ou realizo qualquer outra tarefa diária.

Um conceito errôneo bastante comum é de que “passar seu tempo com Deus” significa estar sozinho com ele. É claro que, como no exemplo dado por Jesus, você precisa de um tempo a sós com Deus; mas isso se refere somente a uma parte do período que você passa acordado. Tudo que você faz pode ser “passar seu tempo com Deus”, se ele for convidado para tomar parte e você estiver consciente de sua presença.

Um livro clássico sobre como desenvolver uma constante conversa com Deus se chama A prática da presença de Deus. Ele foi escrito no século XVII pelo irmão Lourenço, humilde cozinheiro de um monastério francês. O irmão Lourenço era capaz de tornar as mais banais e insignificantes tarefas, como preparar refeições e lavar pratos, em atos de louvor e comunhão com Deus. A chave para uma amizade com Deus, ele dizia, não é mudar o que você faz, mas mudar a sua atitude em relação ao que faz. Ou seja, o que você normalmente faz por si mesmo comece a fazer por Deus: comer, tomar banho, trabalhar, relaxar ou jogar o lixo fora.

Hoje em dia, freqüentemente sentimos que precisamos “escapar” de nossa rotina para adorar a Deus; mas isso somente porque não aprendemos a praticar sua presença durante todo o tempo. O irmão Lourenço achava fácil adorar a Deus nas tarefas comuns da vida; ele não precisava participar de retiros espirituais especiais.

Isso é o ideal para Deus. No Éden, a adoração não era um evento onde se comparecia, mas uma atitude permanente; Adão e Eva estavam em constante comunhão com Deus. Como Deus está com você durante todo o tempo, nenhum outro lugar é mais próximo dele do que o lugar onde você está neste exato momento. A Bíblia diz:

Ele comanda todas as coisas, está em todos os lugares e em todas as coisas [Efésios 4.6].

Outra das providenciais idéias do irmão Lourenço era fazer continuamente orações curtas e informais ao longo do dia, em vez de tentar realizar longas sessões de orações complexas. Para manter o foco e neutralizar divagações, ele dizia: Não o aconselho a usar uma grande variedade de palavras na oração, visto que longos discursos são freqüentemente motivos para devaneios. Em uma época em que há falta de concentração, essa sugestão com 450 anos de idade para manter a simplicidade parece especialmente importante.

A Bíblia nos diz:

Orem continuamente [1 Ts 5.17].

Como isso é possível? Uma forma é utilizar “orações de um fôlego” ao longo do dia, como muitos cristãos têm feito durante séculos. Você escolhe uma frase curta que pode ser repetida para Jesus em uma respiração: “Tu estás comigo”; “Eu recebo a tua graça”; “Eu dependo de ti”; “Eu quero conhecer-te”; “Eu pertenço a ti”; “Ajuda-me a confiar em ti”; Você também pode usar uma frase curta da Bíblia: “Para que eu viva em Cristo”; “Jamais me deixarás”; “Tu és o meu Deus”. Faça essas orações com a maior freqüência possível, de modo que fiquem profundamente enraizadas no seu coração. Apenas se assegure de que sua motivação é honrar a Deus, e não controlá-lo.

Praticar a presença de Deus é uma habilidade, um hábito que você pode desenvolver. Assim como os músicos praticam escalas diariamente, a fim de tocar belas músicas com facilidade, você deve se obrigar a pensar em Deus em diversos momentos do dia. Você deve treinar sua mente a se lembrar de Deus.

Em primeiro lugar, você irá criar lembretes que restabeleçam regularmente a consciência de que Deus está com você naquele momento. Comece dispondo lembretes visuais em torno de si. Você pode escrever pequenos bilhetes dizendo: “Deus é comigo e por mim neste exato momento!”. Os monges beneditinos utilizam o soar de um relógio, que os lembra de hora em hora que devem parar e fazer sua “oração das horas”. Se você tem um relógio ou um telefone celular com alarme, pode proceder da mesma forma. Em alguns momentos você sentirá a presença de Deus, em outros não.

Se você está buscando uma experiência com a presença de Deus por meio de tudo isso, então não compreendeu o sentido disso tudo. Nós não louvamos a Deus para nos sentirmos bem, mas para agirmos bem. Seu objetivo não é uma sensação, mas uma consciência constante da realidade de que Deus está sempre presente. Esse é o estilo da vida de adoração.

Através da meditação contínua. A segunda forma de estabelecer amizade com Deus é pensar na sua Palavra durante todo o dia. Isso se chama meditação, e a Bíblia nos exorta repetidamente a meditar sobre quem Deus é, o que ele fez e o que ele disse.

É impossível ser amigo de Deus deixando de lado o conhecimento do que ele diz. Você não pode amar a Deus a não ser que o conheça, e não pode conhecê-lo sem conhecer sua Palavra. A Bíblia diz que Deus se manifestava a Samuel […] pela palavra do SENHOR [1 Samuel 3.2-21], e Deus ainda hoje utiliza esse mesmo método.

Embora você não possa passar o dia inteiro estudando a Bíblia, pode pensar a seu respeito ao longo do dia, recordar os versículos que leu ou decorou e refletir sobre eles.

A meditação é frequentemente mal interpretada como algum ritual misterioso e complicado, praticado por ascetas e monges isolados. Mas meditar é simplesmente concentrar os pensamentos — uma habilidade que pode ser adquirida por qualquer pessoa e posta em prática em qualquer situação.

Quando você se mantém pensando repetidamente sobre um problema, isso se chama preocupação. Quando você se mantém pensando repetidamente na Palavra de Deus, isso se chama meditação. Se você sabe se preocupar, já sabe meditar! Basta que você desvie a atenção dos seus problemas para os versículos bíblicos. Quanto mais você meditar na Palavra de Deus, menores serão suas preocupações.

A razão pela qual Deus considerava Jó e Davi amigos íntimos era o fato de eles valorizarem a sua Palavra acima de qualquer coisa e de pensarem nela continuamente durante todo o dia. Jó reconheceu:

Dei mais valor às palavras de sua boca do que ao meu pão de cada dia [Jó 23.12].

Davi disse:

Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro [Salmos 119.97].

E:

Elas estão constantemente em meus pensamentos. Não consigo parar de pensar nelas [Salmos 77.12].

Amigos dividem segredos, e Deus irá partilhar com você os seus segredos, se você desenvolver o hábito de pensar em sua Palavra do princípio ao fim do dia. Deus contou seus segredos a Abraão e fez o mesmo com Daniel, Paulo, os discípulos e outros amigos.

Quando você ler a Bíblia ou ouvir um sermão ou uma fita, não cometa o erro de simplesmente “deixar para lá” e seguir em frente. Desenvolva a prática de ficar revisando a verdade em sua mente, pensando continuamente sobre ela. Quanto mais tempo você repassar o que Deus disse, mais compreenderá os “segredos” desta vida que muitas pessoas deixam escapar. A Bíblia diz:

O Senhor é amigo chegado de quem o respeita e lhe obedece. A essas pessoas Ele revela os segredos de seus planos [Salmos 25.14]

No próximo capítulo, veremos mais quatro segredos sobre como cultivar amizade com Deus, mas não espere até amanhã. Comece ainda hoje a praticar uma conversa constante com Deus e a meditar continuamente na sua Palavra. As orações permitem que você fale com Deus; as meditações permitem que Deus fale com você. Ambas são essenciais para se tornar amigo de Deus.

♥Apóie-nos!♥

DIA 11

PENSANDO SOBRE MEU PROPÓSITO

Um tema para reflexão: Deus quer ser meu melhor amigo.

Um versículo para memorizar: O Senhor é amigo chegado de quem o respeita e lhe obedece (Salmos 25.14a; BV).

Uma pergunta para meditar: O que posso fazer para me lembrar de pensar mais sobre Deus e falar com ele mais frequentemente ao longo do dia?

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[Vida com Propósito] Dia 10 – A essência da adoração

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São 42 capítulos, todos eles acompanhados de um vídeo do autor, e um Guia de estudos semanal para você alcançar o seu verdadeiro propósito. Uma vida com propósitos é um clássico em dezenas de idiomas que responde à grande questão da humanidade com sabedoria, graça e simplicidade.

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… entreguem-se completamente a Deus, para que ele use vocês a fim de fazerem o que é direito. Romanos 6.13; NTLH

A essência da adoração é a rendição.

“Rendição” não é uma palavra popular, quase tão malvista quanto a palavra “submissão”. Ela alude à perda, e ninguém quer ser um perdedor. Rendição evoca a desagradável idéia de admitir a derrota em uma batalha, perder uma competição ou capitular perante um adversário mais forte. A palavra é quase sempre utilizada num contexto negativo; criminosos capturados se rendem às autoridades.

Na civilização competitiva de hoje, somos ensinados a nunca desistir ou ceder — logo, não ouvimos falar muito de rendição. Se vencer é tudo, rendição é inconcebível. Preferimos contar sobre vitórias, sucessos, triunfos e conquistas, a falar de complacência, submissão, obediência e rendição. Mas render-se a Deus é a essência da adoração; é uma resposta natural ao maravilhoso amor e à misericórdia de Deus. Nós nos entregamos a ele não por medo ou obrigação, mas por amor, porque ele nos amou primeiro [1 João 4.9-10,19].

Após passar onze capítulos do livro de Romanos explicando a respeito da incrível graça de Deus para conosco, Paulo nos exorta a render nossa vida completamente a Deus em adoração:

Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus [Romanos 12.1].

A verdadeira adoração — agradar a Deus — acontece quando você se entrega totalmente a ele. Repare que a primeira e a última palavra desse versículo são a mesma: oferecer.

A adoração consiste exatamente em oferecer-se a Deus.

O ato da rendição pessoal é conhecido de muitas formas: consagração, fazer de Jesus o seu Senhor, carregar a cruz, morrer para si próprio, submeter-se ao Espírito Santo. O que interessa é você fazê-lo, e não a forma de você chamar esse ato. Deus quer a sua vida — toda ela; 95% não é o suficiente.

Existem três barreiras que impedem a nossa total rendição a Deus: medo, orgulho e falta de compreensão. Por isso não percebemos quanto Deus nos ama, queremos controlar nossa vida e compreendemos erroneamente o significado de rendição.

Posso confiar em Deus? A confiança é um ingrediente essencial para que você se renda. Você não irá se render a Deus, a menos que confie nele, mas você não tem como confiar nele até que o conheça melhor. O medo impede que nos rendamos, mas o amor lança fora todo o medo. Quanto mais você se der conta do quanto Deus o ama, mais fácil será você se render.

Como você pode saber que Deus o ama? Ele dá vários indícios: ele diz que o ama (Salmos 145.9); você nunca sai de sua vista (Salmos 139.3); ele se preocupa com cada detalhe de sua vida (Mateus 10.30); ele lhe deu a capacidade de desfrutar de todos os tipos de prazeres (1 Timóteo 6.17); ele tem bons planos para sua vida (Jeremias 29.1); ele perdoa a você (Salmos 86.5); ele é carinhosamente paciente com você (Salmos 145.8). Deus o ama infinitamente, mais do que você possa imaginar.

A maior expressão desse amor é o sacrifício do Filho de Deus por você.

Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores [Romanos 5.8].

Se você quiser saber quanto importa para Deus, olhe para Cristo com os braços estendidos na cruz, dizendo: “Eis o tanto que eu o amo! Prefiro morrer a viver sem você!”.

Deus não é um cruel feitor de escravos ou um valentão que usa a força bruta para forçá-lo a se submeter. Ele não tenta violar a nossa vontade, mas nos atrai delicadamente para si, de modo que nos ofereçamos a ele voluntariamente. Deus é amigo e libertador, e render-se a ele traz liberdade, não servidão. Quando nos rendemos completamente a Jesus, descobrimos que ele não é um tirano, mas um salvador; não um patrão, mas um irmão; não um ditador, mas um amigo.

Admitindo nossas limitações. Uma segunda barreira para a total rendição é o nosso orgulho. Não queremos admitir que somos apenas criaturas e que não estamos no controle de coisa nenhuma. Esta é a mais antiga das tentações:

Sereis como Deus [Genesis 3.5]

Esse desejo — de ter o controle completo — é a causa de tanto estresse em nossa vida. A vida é uma luta, mas o que a maioria das pessoas não percebe é que, como Jacó, nossa verdadeira luta é com Deus! Nós queremos ser Deus, e não há nenhuma chance de ganharmos essa luta. A. W. Tozer disse:

“O motivo pelo qual muitos ainda estão angustiados, buscando e progredindo lentamente é que ainda não chegaram ao fim de si mesmos. Nós ainda tentamos comandar e meter o bedelho no trabalho que Deus realiza dentro de nós”.

Não somos Deus nem jamais seremos; somos humanos! É quando tentamos ser Deus que acabamos mais parecidos com Satanás, o qual quis a mesma coisa.

Aceitamos nossa humanidade intelectualmente, mas não emocionalmente. Quando diante de nossas limitações, reagimos com irritação, raiva e ressentimentos. Desejamos ser mais altos (ou mais baixos), mais inteligentes, mais fortes, mais talentosos, mais bonitos e mais ricos. Queremos ter tudo e fazer tudo, e ficamos deprimidos quando isso não acontece. Então, quando percebemos que Deus deu a outras características que não temos, reagimos com inveja, ciúmes e auto piedade.

O que significa rendição. Render-se a Deus não é resignação passiva, fatalismo ou desculpa para a preguiça. Não é resignar-se com a situação, mas significa exatamente o oposto: sacrificar a vida ou sofrer, a fim de mudar o que precisa ser mudado. Deus freqüentemente chama pessoas que se entregaram a ele, para batalhar em seu nome; render-se não é para covardes ou subservientes. Do mesmo modo, não significa desistir do raciocínio lógico; Deus não desperdiçaria a mente que lhe concedeu! Deus não quer ser servido por robôs. Render-se não é suprimir a própria personalidade; Deus quer utilizar sua personalidade singular. Em vez de diminuí-la, render-se a aprimora. C. S. Lewis observou:

“Quanto mais deixamos que Deus assuma o controle sobre nós, mais autênticos nos tornamos — pois foi ele quem nos fez. Ele inventou todas as diferentes pessoas que eu e você tencionávamos ser […] É quando me viro para Cristo e me rendo à sua personalidade que pela primeira vez começo a ter minha própria e real personalidade”.

A rendição se manifesta mais claramente na obediência e na confiança. Você diz “Sim, Senhor” a tudo o que ele lhe pede; dizer “Não, Senhor” seria uma contradição. Você não pode chamar a Jesus de Senhor, quando se recusa a obedecer. Após uma noite de fracassos na pescaria, Pedro foi um exemplo de rendição quando Jesus lhe mandou tentar novamente:

Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes [Lucas 5.5].

Pessoas que se entregaram a Cristo obedecem à Palavra de Deus mesmo que ela não faça sentido.

Outro aspecto da rendição total é a confiança. Abraão seguiu as orientações de Deus sem saber aonde isso o levaria. Ana esperou o momento perfeito estipulado por Deus sem saber quando aconteceria. Muitos esperaram um milagre sem saber como seria possível. José confiou nos propósitos de Deus sem saber por que as circunstâncias se desenvolviam daquela forma. Cada uma dessas pessoas se rendeu completamente a Deus.

Você sabe que se rendeu a Deus quando depende dele para resolver as coisas, em vez de insistir em manipular outras pessoas, forçar sua programação diária e controlar a situação. Você larga mão e deixa Deus trabalhar. Você não tem de estar sempre “no controle”. A Bíblia diz:

Entregue-se ao SENHOR e espere pacientemente por ele [Salmos 37.7].

Em vez de tentar com mais afinco, confie mais. Você também sabe que está entregue a Deus quando não reage a críticas ou não tem o ímpeto de defender-se. Corações entregues a Deus se destacam em relacionamentos. Você não pressiona os outros, não exige seus direitos nem é egoísta quando está entregue a Deus.

Para muitas pessoas, o mais difícil de entregar a Deus é o seu dinheiro. Elas pensam: “Quero viver para Deus, mas também preciso ganhar dinheiro suficiente para viver comodamente e me aposentar algum dia”. Aposentadoria não é o objetivo de uma vida entregue a Deus, porque ela compete com Deus para ser o principal alvo de cuidados em sua vida. Jesus disse:

Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro [Mateus 6.24].

E:

Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração[Mateus 6.21].

O mais importante exemplo de auto rendição é Jesus. Na noite anterior à crucificação, Jesus se rendeu aos planos de Deus. Ele orou:

Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres [Marcos 14.36].

Jesus não orou “Deus, se você puder retirar esta dor, faça-o por favor”. Ele já havia afirmado que Deus pode fazer qualquer coisa! Em vez disso, ele orou: “Deus, se for do teu interesse afastar este sofrimento, afasta-o, por favor. Porém, se o contrário cumpre o teu propósito, esse também é o meu desejo”.

Aquele que verdadeiramente se rendeu a Deus diz: “Pai, se este problema, dor, doença ou circunstância é necessário para a tua glória e o cumprimento do teu propósito na minha vida ou na vida de outro alguém, por favor, não o afastes”. Esse nível de maturidade não é facilmente alcançado. No caso de Jesus, ele ficou tão angustiado com os planos de Deus que suou sangue. Render-se é um trabalho árduo. No nosso caso, é uma intensa guerra contra nossa natureza egoísta.

A bênção da rendição. A Bíblia é clara como cristal a respeito de como você se beneficia quando rende sua vida totalmente a Deus. Em primeiro lugar, você sente paz:

Pare de disputar com Deus! Concordando com ele, você ao menos terá paz, e as coisas irão bem para você [Jó 22.21].

Em seguida, você se sente livre:

Ofereça-se aos caminhos de Deus, e a liberdade jamais o abandonará […] seus ensinos o libertam para viver abertamente em sua liberdade [Romanos 6.17-18].

Em terceiro lugar, você experimenta o poder de Deus em sua vida. Tentações persistentes e problemas avassaladores podem ser derrotados por Cristo quando estamos entregues a ele.

Quando Josué se aproximou da maior batalha da sua vida, ele deparou com Deus, prostrou-se em adoração perante ele e rendeu-lhe os seus planos. Tal rendição levou a uma esmagadora vitória em Jericó. Este é o paradoxo: pela rendição veio a vitória. Renderse não o enfraquece, mas o fortalece. Entregue-se a Deus; você não tem de temer ou se render a mais ninguém. William Booth, fundador do Exército de Salvação, disse: “A grandeza do poder de um homem está na medida de sua entrega a Deus”.

Pessoas entregues a Deus são exatamente aquelas usadas por Deus. Deus escolheu Maria para ser a mãe de Jesus não por causa de seu talento, riqueza ou beleza, mas porque ela se havia rendido completamente a ele. Quando o anjo explicou o improvável plano de Deus, ela calmamente respondeu:

Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra [Lucas 1.38].

Nada é mais poderoso do que uma vida entregue nas mãos de Deus. Portanto entreguem-se inteiramente a Deus [Tiago 4.7].

A melhor forma de viver. Todo o mundo, com o tempo, se rende a algo ou a alguém. Se não for a Deus, você se renderá às opiniões ou expectativas de outros, ao dinheiro, ao rancor, ao medo ou ao orgulho próprio, luxúria ou ego. Você foi feito para adorar a Deus e, se fracassar em adorá-lo, criará outras coisas (ídolos) para as quais entregará sua vida. Você é livre para escolher a quem se entregará, mas não é livre das consequências dessa escolha. E. Stanley Jones disse: “Se você não se rende a Cristo, se rende ao caos!”.

Render-se a Deus não é a melhor maneira de viver, é a única maneira de viver; nada mais funciona. Todas as outras vias levam à frustração, decepção e autodestruição. A King James Version (KJV) denomina a rendição a Deus vosso culto racional [Romanos 12.1]. Outra versão traduz como a maneira mais sensata de servir a Deus. Render a vida não é um tolo impulso emocional, mas um ato inteligente e racional; a atitude mais responsável e inteligente que você pode tomar em sua vida. Foi por isso que Paulo disse:

Por isso, temos o propósito de lhe agradar [2 Coríntios 5.9].

Seus momentos mais sábios serão aqueles em que você disser sim para Deus. Algumas vezes leva anos, mas por fim você descobre que o maior obstáculo às bênçãos de Deus em sua vida não são os outros, mas você mesmo — sua teimosia, seu orgulho obstinado e sua ambição. Você não pode cumprir os propósitos de Deus em sua vida enquanto estiver enfocando planos pessoais.

Se Deus tiver de fazer uma profunda obra em sua vida, ela começará por aqui. Então entregue tudo a Deus: os arrependimentos do passado, os problemas do presente, as ambições do futuro, seus medos, sonhos, fraquezas, costumes, mágoas e traumas. Ponha Jesus Cristo na direção de sua vida e tire as mãos do volante. Não tenha medo; nada sob o seu controle poderá ficar descontrolado. Controlado por Cristo, você pode dar conta de qualquer coisa. Você será como Paulo:

Eu estou pronto para tudo e a altura de qualquer desafio através dele, que infunde uma força interior em mim; ou seja, sou independente na dependência de Cristo [Filipenses 4.13].

O momento da rendição de Paulo ocorreu na estrada para Damasco, após ele ter sido derrubado por uma luz ofuscante. Outros tiveram sua atenção capturada de formas menos dramáticas. Não obstante, render-se nunca é um acontecimento isolado. Paulo disse:

Morro todos os dias [1 Coríntios 15.31].

Há o momento da rendição, e há a prática da rendição, que ocorre a todo momento e por toda a vida. O problema do sacrifício vivo é que ele escapulir do altar; então você provavelmente terá de renovar a rendição de sua vida cinquenta vezes por dia. Jesus disse:

Se as pessoas querem me seguir, elas precisam abrir mão de suas vontades. Elas precisam estar dispostas a negar sua vida diariamente para me seguir [Lucas 9.23].

Deixe-me dar-lhe um aviso: uma vez que você tenha decidido entregar sua vida inteiramente nas mãos de Deus, essa decisão será testada. Isso significa que algumas vezes será inconveniente, antipático, custoso ou uma tarefa aparentemente impossível. Significa que você frequentemente fará o oposto do que deseja.

Um dos grandes líderes cristãos do século XX foi Bill Bright, fundador da Campus Crusade for Christ [Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo]. Por meio da equipe da Cruzada ao redor do mundo, do panfleto As quatro leis espirituais e do filme Jesus (visto por mais de quatro bilhões de pessoas), mais de 150 milhões de pessoas vieram a Cristo e passarão a eternidade no céu.

Certa vez, perguntei a Bill: “Por que Deus usa e abençoa tanto a sua vida?”. Ele respondeu: “Quando jovem, eu fiz um contrato com Deus. Eu verdadeiramente o redigi e assinei meu nome embaixo. Ele dizia: “Deste dia em diante, sou um escravo de Jesus Cristo”.

Você já assinou um contrato como esse com Deus? Ou você ainda está debatendo e lutando com Deus a respeito do direito que ele tem de fazer com sua vida o que quiser? Este é o momento de você se render — à graça, ao amor e à sabedoria de Deus.

♥Apóie-nos!♥

DIA 10

PENSANDO SOBRE MEU PROPÓSITO

Um tema para reflexão: A essência da adoração é a rendição.

Um versículo para memorizar: Entreguem-se completamente a Deus, para que ele use vocês a fim de fazerem o que é direito (Romanos 6.13b; NTLH).

Uma pergunta para meditar: Que área de minha vida estou evitando entregar nas mãos de Deus?

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