LEITURA BÍBLICA
Êxodo 3:19,20
Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte.
Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele; depois vos deixará ir.
Êxodo 7:4,5
Faraó, pois, não vos ouvirá; e eu porei minha mão sobre o Egito, e tirarei meus exércitos, meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes juízos.
Então os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles.
Êxodo 8:8,25
E Faraó chamou a Moisés e a Arão, e disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; depois deixarei ir o povo, para que sacrifiquem ao Senhor.
Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e sacrificai ao vosso Deus nesta terra.
Êxodo 10:8,11,24
Então Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao Senhor vosso Deus. Quais são os que hão de ir?
Não será assim; agora ide vós, homens, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes. E os expulsaram da presença de Faraó.
Então Faraó chamou a Moisés, e disse: Ide, servi ao Senhor; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças.
INTRODUÇÃO
A Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas celebrassem a noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus. É uma festa repleta de significados tanto para os Judeus quanto para os cristãos. Os judeus deveriam comemorar a Páscoa no mês de Abib (corresponde à parte de março e parte de abril em nosso calendário), cujo significado são as “espigas verdes”. Hoje estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu significado para nós, Cristãos.
I- A PÁSCOA
- Para os egípcios.
Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir. Deus é misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2 Pe 3. 9b). Porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado “Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias” (Sl 7. 1 1 ). O pecado, a idolatria e as injustiças sociais suscitam a ira do Pai. O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor falou a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito: e todo primogênito na terra do Egito morrerá”(Êx 11. 4, 5). Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível para os israelitas.
- Para Israel.
Era a saida, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (Jo 10. 10). Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém.
- Para nós.
Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1 Co 5. 7).
Para nós, cristãos, a páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16).
II- OS ELEMENTOS DA PÁSCOA
- O pão.
Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Êx 12. 8, 11, 34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A falta de fermento também representa a purificação, a libertação do fermento do mundo. Em o Novo Testamento vemos que Jesus utilizou o fermento para ilustrar o falso ensino dos Fariseus (Mt 16.6, 11, 12; Lc 12.1). O pão também simboliza vida. Jesus se identificou aos seus discípulos como “o pão da vida” (Jo 6. 35). Toda vez que o pão é partido na celebração da Ceia do Senhor, traz à nossa memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.
- As ervas amargas (Êx 12. 8).
Simbolizavam toda a amargura e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram 430 anos de opressão, dor, angústia, quando os hebreus eram cativos do Egito.
- O cordeiro (Êx 12. 3-7).
Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1. 29). O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os filhos de Adão (1 Pe 1. 18, 19). Aquele sangue que foi derramado no Egito, e aspergido nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi oferecido por Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos pecados.
III- CRISTO, NOSSA PÁSCOA
- Jesus, o Pão da Vida (Jo 6. 35, 48, 51).
Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da salvação da nossa alma somente pode ser saciada por Jesus. Certa vez, Ele afirmou “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6. 35). Apenas Ele pode saciar a necessidade espiritual da humanidade. Nada pode substituí-lo. Necessitamos deste pão divino diariamente. Sem Ele não é possível a nossa reconciliação com Deus (2 Co 5. 1 9).
- 0 sangue de Cristo (1 Co 5. 7; Rm 5. 8, 9).
No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus, mas o sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios. O cordeiro pascal substituía o primogênito. O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3. 12, 23). Fomos redimidos por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em seu Cordeiro Pascal, Jesus Cristo.
- A Santa Ceia.
A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda: “Em memória de mim”( I Co 11. 24, 25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O crente deve se assentar à mesa do Senhor com reverência, discernimento, temor de Deus e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor. Caso contrário, se tornará réu diante de Deus (I Co 11.27-32).
CONCLUSÃO
Deus queria que o seu povo Israel nunca se esquecesse da Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna. Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação.